O nível de atividade da economia brasileira iniciou o ano de 2018 com queda, segundo informações divulgadas pelo Banco Central nesta segunda-feira (19).
Em janeiro, o chamado Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado uma “prévia” do resultado do PIB, registrou um recuo de 0,56%, na comparação com dezembro de 2017. O resultado foi calculado após ajuste sazonal (uma espécie de “compensação” para comparar períodos diferentes).
A queda do indicador, em janeiro deste ano, acontece após quatro meses de expansão. Em setembro e outubro do ano passado, houve crescimento de 0,35% e de 0,29%. Já em novembro e dezembro, o IBC-Br avançou 0,42% e 1,16%, respectivamente.
Produto Interno Bruto
O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Em 2016, o PIB teve uma retração de 3,6% mas, em 2017, a economia voltou a crescer, tendo registrado uma alta de 1%, o que interrompeu a recessão que vinha sendo registrada na economia brasileira.
Para este ano, o mercado financeiro estima uma expansão de cerca de 2,9%. Para o governo, o crescimento será um pouco maior, ao redor de 3% em 2018.
Prévia do PIB
O IBC-Br foi criado para tentar antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), que é divulgado IBGE. Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB.
O cálculo dos dois é um pouco diferente – o índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.
Definição dos juros básicos da economia
O IBC-BR ajuda o Banco Central na definição dos juros básicos da economia. Atualmente, a taxa Selic está em 6,75% ao ano, na mínima histórica, e a estimativa do mercado é de que recue para 6,5% ao ano ainda nesta semana.
Pelo sistema que vigora no Brasil, o BC precisa ajustar os juros para atingir as metas preestabelecidas de inflação. Quanto maiores as taxas, menos pessoas e empresas ficam dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços baixem ou fiquem estáveis.
Para 2018, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desse modo, o IPCA, considerado a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 3% e 6%, sem que a meta seja formalmente descumprida.